TOC - Marcelo Comparin

Falecimento, perda, luto e tristeza: como lidar?

Falecimento, perda, luto e tristeza: como lidar? PRIMEIRA PARTE

A perda para a morte de alguém querido não é nada fácil e o ser humano está propenso a experienciar isso em algum ponto de sua vida através do luto. O processo de adaptação de rotina após uma perda significante varia drasticamente de pessoa para pessoa. Em geral, o decorrer do processo do luto depende bastante do estilo de vida, das crenças, da cultura e do relacionamento com o ente falecido.

Naturalmente existem perdas e lutos diversos, como por exemplo o luto de uma relação amorosa que se encerrou. Mas nesse artigo vamos nos ater apenas ao processo de luto pelo falecimento de alguém querido, especialmente um familiar.

O que é o luto e quais suas fases?

Pode-se definir o luto como um sentimento de tristeza profunda pela perda de alguém, especialmente pelo falecimento. Contudo, não podemos nos privar a isso, uma vez que a experiência do luto não é limitada à tristeza.

     O luto pode envolver sentimentos de: culpa, raiva, saudade, confusão e surpresa. As emoções sentidas podem ser surpreendentes quanto à sua intensidade e forma. Há também a mistura de emoções, que acabam por deixar a pessoa enlutada confusa, como no caso de alguém sentir, em seu luto, uma profunda tristeza por ter perdido um ente querido para uma doença grave, por exemplo, mas, ao mesmo tempo, sentir-se aliviado por saber que aquele ente não se encontra mais em sofrimento.

Os comportamentos após a perda de alguém querido também podem variar. Há pessoas que se isolam de amigos e familiares, outros que precisam e querem conversar e ter um ombro amigo, outros que preferem praticar atividades ao ar livre, tocar instrumentos musicais, escrever, trabalhar mais do que o rotineiro, dentre outras atividades particulares a cada pessoa.

Além disso, as pessoas enlutadas tendem a desenvolver pensamentos que façam com que seus sentimentos tenham coerência para elas mesmas. Como, por exemplo, pensar que o ente teve uma boa vida, que aproveitou bem os momentos, que não havia nada a ser feito; ou, que não era a hora dele partir, que a vida foi injusta, que foi tudo culpa dele (da pessoa enlutada) e que ele ainda tinha um longo caminho a ser percorrido.

 O luto é um processo individual, mas que apresenta alguns padrões. Por isso, psicólogos e pesquisadores reuniram seus casos de estudo relativos ao luto e classificaram, em cinco, os estágios mais familiares, que ocorrem durante tão doloroso processo. São eles, nem sempre em ordem cronológica após a morte do ente querido:

● Negação
● Raiva
● Barganha ou negociação
● Depressão
● Aceitação

Durante o luto, a terapia é uma ferramenta essencial para o processo de aceitação. O terapeuta auxilia o indivíduo a se reinstalar na realidade e a seguir a vida, com as adaptações de rotina necessárias após a perda.

Para muitos, a perda de alguém muito próximo pode desencadear em transtornos de ansiedade, depressão e até mesmo suicídio. Aí entra o terapeuta, que tem como papel entender e amenizar a dor do paciente e ajudá-lo a retornar à vida após a partida da pessoa querida.

Existem várias formas de terapia para diferentes formas de luto. Há quem se encaixe melhor em terapias individuais, em grupo ou familiares, a depender do caso. Todavia, o trabalho desenvolvido com o terapeuta é, sem sombra de dúvidas, um divisor de águas na vida do enlutado.

Semana que vem, daremos continuidade a este artigo sobre luto.

Saiba mais sobre as psicopatologias aqui: https://marcelocomparin.com/sobre-as-psicopatologias/

Abraço,
Marcelo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *