COMO A DEPRESSÃO APARECE NOS ADULTOS?
Conheça os principais sintomas da doença que acomete boa parte da população brasileira
A depressão é a doença mental mais estudada e comentada atualmente. Classificada como um transtorno de humor, é caracterizada por afetar a percepção dos indivíduos de si mesmos, fazendo-os enxergar suas problemáticas como grandes catástrofes. Além disso, alguns sintomas comuns desta patologia são:
1. Alteração específica no humor: tristeza, solidão, apatia.
2. Autoconceito negativo associado a auto-recriminação e auto acusações.
3. Desejos regressivos e autopunitivos: desejos de fugir, esconder-se ou morrer.
4. Alterações vegetativas: anorexia, insônia, perda da libido.
5. Alteração no nível de atividade: retardo psicomotor ou agitação.
Umas das grandes problemáticas da depressão (comentada por psicólogos) é o hábito comum dos indivíduos dizerem que estão deprimidos quando observam qualquer queda em sua disposição de ânimo para um nível mais baixo do que o costumeiro. O indivíduo que vivencia a tristeza ou uma solidão passageira pode dizer que está deprimido, mas a depressão como patologia é muito mais do que isso.
Em cada fase da vida, os quadros depressivos se manifestam por fatores diferentes, e visto isso, resolvemos trazer aqui um pouco sobre a incidência da depressão na fase adulta e o que geralmente leva ao desenvolvimento da doença nessa faixa etária.
Fatores que influenciam no aparecimento da depressão nos adultos
A depressão se dá em causas multifatoriais, e essas por sua vez, podem estar ligadas essencialmente a nossa cultura. Todos os dias somos afetados por inúmeros estímulos que se baseiam em um modo único da nossa sociedade de se pensar, temos padrões sociais e milhares de estigmas que ainda precisam ser revalidados, dessa forma, comparando a sociedade atual com a sociedade mais antiga percebe-se que antigamente o indivíduo vivia uma angústia maior em relação às regras a serem obedecidas.
Décadas atrás, a repressão era mais significativa, não dando espaço para a autonomia nem para a liberdade de expressão do sujeito. Em contradição, o que se observa na sociedade contemporânea é que os sujeitos se deparam com inúmeras possibilidades, e por mais estranho que pareça, o vazio depressivo impera frente à autonomia e às liberdades conquistadas: tudo é permitido fazer, e não se sabe que rumo tomar com tanto.
Hoje em dia, podemos dizer que estamos em uma onda de ¨ter que ser produtivo¨ e isso acaba afetando as pessoas em modo geral, já que, se você alcança determinada idade e ainda se encontra desestabilizado financeiramente, você basicamente não tem nada. Visto isso, os fatores que mais influenciam no desenvolvimento da depressão nos adultos, são ligados ao profissional e ao financeiro.
O impacto da cultura
Se você vive querendo fazer parte dos padrões impostos pela sociedade a probabilidade de você adoecer mentalmente é muito maior!
Na pandemia, os casos de depressão nos adultos subiram intrinsecamente segundo os psicólogos e pesquisadores brasileiros. Devido ao isolamento social, passou a existir uma cobrança em que, diante dessa situação pandêmica, a logística passou a ser a de que se você está em casa, precisa produzir mais. Entretanto, na verdade, isso acabou frustrando grande parte das pessoas, porque isoladas do mundo tinham que mostrar algo de útil em casa e, quando não conseguiam, pagavam o preço emocionalmente, se autopunindo.
A era da tecnologia tem nos mostrado uma realidade distorcida todos os dias em que se torna uma armadilha completa para nos sentirmos indiferente uns aos outros. A depressão no adulto pode estar ligada, na maioria das vezes, às conquistas pessoais, visto isso, a desestabilidade nas áreas financeiras, amorosas e sociais são as maiores causas de um desenvolvimento patológico da doença, uma vez que a frustração contínua leva o indivíduo a um quadro de melancolia extrema junto a fatores subjetivos do mesmo que precisa lidar com essas situações dentro de si.
Quais são as principais queixas de um paciente deprimido?
As principais queixas de um paciente deprimido podem ser encontradas perante os seguintes problemas:
1. um estado emocional desagradável;
2. uma mudança de atitude perante a vida;
3. sintomas somáticos de natureza especificamente depressiva;
4. sintomas somáticos não típicos de depressão.
Dessa forma, as queixas subjetivas mais comuns incluem declarações como estas: “Eu me sinto infeliz”, “Eu só me sinto sem esperança”, “Estou desesperado”, “Estou preocupado com tudo”.
Como é feito o tratamento para a depressão?
O tratamento inicial da depressão deve incluir medicamentos antidepressivos e psicoterapia, que pode ser feita com psiquiatra ou psicólogo.
Estudos mostram que o tratamento combinado (medicamentos + psicoterapia) é mais efetivo que o tratamento isolado com apenas uma das duas opções. A psicoterapia e os medicamentos antidepressivos são igualmente eficazes, mas a psicoterapia tem um efeito mais relevante a longo prazo, pois ela ajuda o paciente a desenvolver novas formas de enfrentamento dos sintomas, bem como uma maior capacidade de racionalizar e se adaptar aos problemas da vida.
Dificuldades no tratamento da depressão
Sempre que um tratamento apresenta dificuldades, é natural que o paciente ou sua família fiquem ansiosos pelo resultado e pressionem o psicólogo com perguntas, dúvidas e prazos. Em todos os casos, é importante analisar a situação do paciente como um todo, levando em consideração sua história clínica, suas características de personalidade, as relações com a família, o ambiente em que vive, sua cultura, as peculiaridades biológicas, e a história pregressa de tratamentos e doenças, para, então, formular uma estratégia de abordagem.
Tratamentos anteriores que não tiveram sucesso podem prejudicar o manejo terapêutico atual. É importante obter informação sobre medicamentos que já tenham sido usados, tempo de uso e de resposta e efeitos colaterais. O médico deve esclarecer o paciente e os familiares sobre o que devem esperar do fármaco, estimar o tempo em que o medicamento deve começar a agir e alertar para possíveis efeitos indesejados, sendo que, para tanto, o profissional deve colocar-se à disposição para atender às queixas e dúvidas. É essencial também evitar condicionar o tratamento a exames desnecessários ou que não sejam urgentes para o momento, principalmente quando o paciente sinaliza desconforto ou constrangimentos diante dessa possibilidade.
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