Transtorno de Ansiedade Generalizada e Síndrome do Pânico: quais são as diferenças?
A saúde mental é um tema cada vez mais discutido, mas que ainda é cercado de dúvidas. No dia a dia, muitas pessoas usam termos técnicos e nomes de transtornos de forma incorreta, o que dificulta o entendimento quando alguém sofre com uma doença mental real.
Um exemplo disso está nos transtornos de Ansiedade Generalizada e do Pânico. Suas manifestações são semelhantes à primeira vista, mas ambos são entendidos como transtornos distintos.
Acompanhe e entenda melhor as diferenças entre eles.
Transtorno de Ansiedade Generalizada
Abreviado como TAG, esse transtorno é definido no DSM 5 como uma preocupação excessiva e persistente com certos eventos ou possíveis acontecimentos, como interações sociais, performance escolar, trabalho etc. Esse sentimento é prolongado e muito difícil de controlar, não apresenta outras explicações clínicas e não está associado ao uso de qualquer substância.
Sentir ansiedade diante de algum evento importante é normal. Para ser considerado TAG, o indivíduo deve apresentar, ao menos, três dos seguintes sinais — para crianças, o parâmetro é, pelo menos, um dos sintomas:
- cansaço excessivo;
- dificuldade para dormir ou sono insatisfatório;
- dificuldade para se concentrar;
- maior irritabilidade;
- sensação de “branco” recorrente;
- sensação de inquietação e/ou nervosismo persistente;
- tensão muscular.
Também é importante lembrar que, para caracterizar um transtorno, esses sintomas devem ter um impacto na qualidade de vida do paciente. Se eles se manifestam esporadicamente, são brandos e não prejudicam o dia a dia, as interações sociais nem seu funcionamento, então pode não haver necessidade de preocupação.
Síndrome do Pânico
Ainda seguindo a definição do DSM 5, o Transtorno de Pânico (também chamado de Síndrome do Pânico) é caracterizado pela ocorrência de ataques de pânico, picos súbitos de medo ou desconforto, os quais causam alguma reação abrupta.
Durante esses ataques de pânico, devem ser apresentados quatro ou mais dos seguintes sintomas:
- anestesia ou formigamento em partes do corpo;
- dor no peito;
- falta de ar/asfixia;
- medo de morrer;
- medo de perder o controle;
- sensação de calor ou calafrios;
- sensação de não estar na realidade ou de estar fora de si;
- suor;
- taquicardia;
- tremor;
- vertigem, tontura ou desmaio.
Além disso, no mês seguinte a um desses ataques, é esperado que ocorra alguma mudança desadaptativa, como evitar situações sociais para prevenir ataques de pânico ou medo persistente de sofrer outro ataque. Assim como no TAG, o diagnóstico só é aplicado quando não é possível recorrer a nenhum outro transtorno mental e os mesmos sintomas não podem ser explicados por outras causas fisiológicas ou uso de substâncias.
A relação entre TAG e Síndrome do Pânico
“Ansiedade” e “pânico” tendem a ser confundidas ou usadas no mesmo contexto. Do ponto de vista de uma pessoa leiga, ambos se manifestam de forma semelhante, mas representam experiências diferentes.
O Transtorno de Ansiedade Generalizado se caracteriza por uma sensação perene de desconforto, com menor excitabilidade e sintomas associados. Uma pessoa com TAG tende a manifestar menos taquicardia ou falta de ar, por exemplo.
Já a Síndrome do Pânico é representada por picos de excitabilidade e reatividade. Durante um ataque de pânico, não há um fator óbvio que tenha desencadeado essa reação emocional. Mesmo que outros ataques tenham um gatilho claro, eles não excluem o diagnóstico de Síndrome do Pânico.
Muitos dos sintomas identificados no TAG aparecem também na Síndrome do Pânico, como o medo persistente e a sensação de inquietação. Porém, no Pânico, essa sensação é direcionada à possibilidade de novos ataques. No TAG, a sensação se aplica a diversos aspectos da vida cotidiana.